Com recurso na conta, curso será em parceria com faculdade, definida após licitação; serão 64 vagas para cidades consorciadas
A organização do Sistema Municipal de Cultura é ponto crucial e divisor de águas rumo a uma modernização nas relações federativas, com perspectiva de maior repasse de recursos fundo a fundo.
Para que as cidades façam sua parte, porém, é preciso ajuntar conhecimentos e entender as ações e mecanismos para instauração do SMC, o que não é fácil frente àárdua carga de trabalho e falta de tempo para que os gestores, não só de Cultura, se preparem frente a esse novo e indispensável desafio.
Nesse sentido, para gestores culturais, financeiros e administrativos da esfera pública públicos e interessados da sociedade civil o Consórcio Intermunicipal Culturando promoverá Curso de Extensão Universitária na área de Gestão Pública de Cultura, com foco no SMC.
O curso, em parceria com uma universidade, será realizado com recursos da emenda do deputado federal Vicente Cândido (R$ 300 mil). O recurso foi repassado pelo MinC, através da Secretaria de Articulação Institucional (SAI) no final do ano passado.
A instituição de Ensino Superior será selecionada mediante licitação, de acordo com sua capacidade técnica, viabilidade econômica e atendimento à grade curricular proposta.
Correria
2013 foi um ano de muita “correria” por esse projeto. Em 15 de fevereiro, encontro com a Ministra Marta Suplicy, na presença do presidente do CIC, Sérgio de Mello e do deputado federal Vicente Cândido, em SP, reiterou a importância da ação.
Encontro em SP com membros do CIC e deputados federais Vicente Cândido (autor da emenda), José Mentor e Antonio Mentor (estadual), selou tratativas
para curso de extensão
Em agosto, com a vinda da Ministra em agenda do CIC nas cidades de Barretos e Guaíra, Marta destacou: “Quando você tem cidades pequenas relativamente próximas, o consórcio é a solução. Fiquei surpresa com essa ideia, que tem que ser um paradigma. E agradeço a emenda parlamentar do Vicente Cândido, pois é fundamental você ter um equipamento cultural, mas mais que isso: ter um gestor cultural que possa operá-lo da melhor forma, aproveitando o máximo que a Cultura tem a oferecer”. Veja o vídeo aqui.
Meses antes, entre 22 e 24 de abril, o secretário executivo do CIC, Edemilson Sete, esteve em Salvador a convite da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no I Seminário Cultura e Universidade – Bases para uma política nacional de cultura para as Instituições de Ensino Superior.
O Seminário teve como objetivo sensibilizar, mobilizar e articular Instituições Públicas de Ensino Superior para dialogar sobre ações que promovam o desenvolvimento da cultura, envolvendo a ampliação de programas e cursos voltados para a formação, pesquisa e extensão em arte e cultura, comunicação, gestão pública e em técnicas e processos relacionados aos setores criativos.
Estiveram presentes pesquisadores, pró-reitores de extensão, pesquisa e ensino, representantes dos estudantes e das rádios, TVs e editoras universitárias, diretores de institutos e centros de artes além de gestores públicos de órgãos como MinC, MEC, MCTI, CAPES, CNPq , FINEP, Consórcio Intermunicipal Culturando (CIC) e representantes da sociedade civil.
Sete participa de encontro em Salvador (BA), na Universidade Federal; debate profícuo
Já em 30 de agosto, dois diretores do CIC foram, a convite da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), debater consórcio público junto a uma turma de 64 alunos de um curso de extensão em gestão pública da cultura, nos mesmos moldes que serão implantados aqui.
Daniel Tercino (Jurídico) e Luiz Felipe Nunes (Comunicação) falaram para gestores culturais de 37 cidades.
Momento de palestra dos diretores do CIC na UFRGS; curso gaúcho tem formato semelhante ao que fará o CIC
O Curso
Para o curso de extensão universitária do CIC serão fornecidas 64 vagas com aulas presenciais, atividades à distância e visita técnica de professores aos municípios.
A proposta é que até 4 pessoas de cada município consorciado possa participar, sobretudo gestores públicos das áreas de Cultura, Finanças e Jurídico. A cidade ainda pode indicar agentes culturais da sociedade civil em que enxerguem potencial para ações junto ao município e instituições.
“O curso é a culminância de várias atividades, onde será abordada a diversidade da cultura brasileira através das produções de oficinas, inserindo na prática os inúmeros debates, encontros, conferências promovidos para fixar a importância do Sistema Nacional de Cultura”, consta no projeto aprovado
“O grande problema é que no interior paulista, em especial nas cidades consorciadas ao CIC, há pouca informação e amostragem prática de como transformar discurso em realidade. O curso tem também essa meta”, reitera a redação do projeto.