Começa nesta quinta-feira (16), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a mostra Brasil em Transe. Até o dia 26 de novembro, serão exibidos nove longas-metragens produzidos entre 1964 e 1977 e realizadas duas mesas-redondas, nas quais serão debatidos o filme Terra em Transe (1968), de Glauber Rocha, e o chamado Cinema de Invenção, que produziu, no final da década de 1960 e início dos anos 1970, uma visão vertical da realidade brasileira, construindo uma das mais originais e criativas filmografias do cinema nacional.
Além de Terra em Transe, também serão exibidos, com entrada franca, os longas A Margem (1967), de Ozualdo Candeias; O Desafio (1964), de Paulo César Saraceni; O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sgarzela; Os Herdeiros (1969), de Cacá Diegues; Hitler Terceiro Mundo (1968), de José Agripino de Paula; Bang-bang (1969), de Andrea Tonacci; Sem essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla; e O Vampiro da Cinemateca (1977), de Jairo Ferreira.
Confira a programação completa da mostra
Há 50 anos, o Brasil experimentava um de seus mais efervescentes momentos culturais. No primeiro semestre de 1967, duas obras constituíram marcos desta ebulição cultural, o filme Terra em transe, de Glauber Rocha, lançado em maio, e Tropicália, projeto ambiental de Hélio Oiticica exposto a partir de abril no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). São obras que reverberam ao longo de um período pleno de inovações no cinema, no teatro, na MPB e nas artes visuais. A Mostra Brasil em Transe aborda exatamente o cinema brasileiro produzido nesse contexto (décadas de 1960 e 1970).